Se você tem interesse em Filosofia, já deve ter passado pela situação de querer comprar um livro, mas não saber qual edição escolher. Apesar de não ter um mercado editorial grande em português, a Filosofia tem se tornado cada vez mais popular e, por isso, novas edições têm surgido a cada dia. Algumas são excelentes, mas desconhecidas. Outras são famosas, mas não valem a compra. Então, como saber que livro comprar?
Essa é uma dificuldade que acontece com todo mundo, em algum momento da vida. Comigo já aconteceu e acontece ainda, quando eu quero comprar um livro que não é da minha área de especialidade.
Por isso, hoje eu resolvi compartilhar 5 dicas para te ajudar a fazer uma boa compra de livros de Filosofia.
Antes de escolher a edição, entenda seu objetivo com o livro
Se você precisa do livro para uma pesquisa em Filosofia, o mais provável é que vá procurar o texto na língua original, para fazer um trabalho mais aprofundado com os conceitos do filósofo que está estudando. Então, minhas dicas aqui se concentram em pessoas que não estão pesquisando academicamente um tema, mas que querem ter um livro que seja o mais fiel possível ao texto original.
1. Consulte especialistas
Com a pandemia e a popularidade das redes sociais, muitos professores e pesquisadores estão na internet, apresentando seus trabalhos e compartilhando seu conhecimento. Então, se você tiver interesse em conhecer uma área específica da Filosofia, a primeira dica é acompanhar o trabalho dessas pessoas. Além de aprender com o conteúdo que eles produzem, você ainda tem acesso às indicações de livros que eles recomendam.
2. Identifique o tradutor
Na página de vendas, veja se há indicação do tradutor. Se não encontrar a informação na página de vendas, você pode baixar uma amostra do e-book se estiver disponível (dica 4).
Encontrado o nome dele, dê um Google rapidamente para buscar uma informação importante: O tradutor é especialista naquele filósofo que ele está traduzindo? É um professor, um pesquisador, alguém que estuda o assunto?
Nessa hora, você pode me perguntar: mas não basta saber a língua original para fazer uma tradução? Resposta curta: sim e não. Saber a língua é fundamental, claro; mas uma tradução em Filosofia não considera apenas o significado daquela palavra no dicionário, mas a forma como os filósofos se apropriaram das palavras de sua língua para criar conceitos que exprimem o seu ponto de vista sobre um dado tema.
Por isso é importante que o tradutor conheça não só a língua, mas seja fiel aos conceitos filosóficos que ele está traduzindo.
3. Avalie o livro
Um bom livro de Filosofia costuma ter uma introdução bem feita, comentários e notas do tradutor e/ou do editor. Isso mostra que o texto não foi simplesmente jogado ali, mas que houve um bom trabalho de estudo sobre ele. Além do mais, essas notas ajudam a guiar o leitor pelo texto filosófico, esclarecendo termos ou comentando conceitos que não são tão compreensíveis à primeira vista.
4. Se tiver e-book, baixe uma amostra
Mesmo que você queira comprar o livro em edição física, vale a pena, antes da compra, conferir uma amostra do e-book, se estiver disponível. Na maior dos sites que vendem e-books (Amazon, Livraria Cultura, etc), você encontra essa possibilidade de baixar uma amostra do livro antes de comprar. Em geral, elas têm apenas a introdução ou o primeiro capítulo, mas já dá para encontrar informações que nem sempre aparecem na página de vendas, como o nome do tradutor, por exemplo. Também é possível avaliar a introdução, segundo a dica anterior.
5. Leia os comentários na Amazon
Aqui está o óbvio, por vezes, esquecido. Quem deixa comentários em livros de Filosofia tende a falar não só sobre a obra, em geral, mas também sobre os aspectos técnicos dela: qualidade da tradução, qualidade do livro (impressão e diagramação), etc.
Aplicando essa dica, numa pesquisa sobre 2 edições das Meditações de Marco Aurélio, eu encontrei alguns comentários, como os que eu mostro aqui embaixo. Ah, uma dica: ao ler os comentários, é sempre bom comparar alguns. Nunca confie em 1 só, pois pode ser um problema específico de uma pessoa que não gostou ou não entendeu direito o livro. Mas, se várias pessoas reclamam do mesmo problema, isso mostra a qualidade (ou a falta) da obra.
E aí? Como você faz para escolher uma boa edição de um livro? Tem alguma dica que eu deixei de fora? Comenta aqui embaixo. E, se você quiser indicações de livros sobre a filosofia estoica, pode conferir o post que eu fiz sobre a Biblioteca Essencial de Estoicismo.